segunda-feira, 19 de outubro de 2009


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Dedicou todo esse dia a narrar as suas andanças aos irmãos da Fraternidade, e a ouvir as novas do Ocidente. Inteirou-se, com imensa mágoa, de que o pleito político-religioso criado pela corrupção da fé, e a sua desintegração
em facções antagônicas, continuava a cobrir de sangue as terras de todos os países da Europa. A Reforma, impotente para esmagar o Papado Romano,tornou-se demasiado forte para percer e, dentro dos seus domínios, afiançava-se cada vez mais.
Por isso, tinham dado ao Santo Ofício plenos poderes, de modo que já não tinha freio nem medida senão a intenção dos seus integrantes.
Pablo Símon, que tinha pensado que o movimento da chamada Contra-reforma poderia regenara a moral do clero, foi informado de que, embora alguns católicos bem-intencionados tenham abandonado a sua vida sibarita, nem todos o fizeram, e a nova tendência era desculpa para arrasar povos inteiros, passando mulheres e crianças pelas armas e queimando qualquer livre-pensador que caísse nas mãos dos inquisidores.
Quanto às Lojas esotéricas, tambpem foram afetadas pela terrível convulsão.

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A humanida,de angustiada, teria de voltar, três ou quatro séculos mais tarde, o seu olhar para o Oriente em busca da chaveque abrisse as portas enferrujadas das suas próprias religiões, e vitalizaria os seus povos orientais. Assim, o divino equilibrio voltaria a reinar na Terra.''


O Alquimista - Jorge Angel Livraga


INQUISIÇÃO: A Inquisição foi criada inicialmente pela Igreja Católica, sob o nome do latim Inquisitio Haereticæ Pravitatis Sanctum Officium para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias.
O delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes garantia sua fé e status perante a sociedade.
Diz Oliveira Marques em «História de Portugal», tomo I, página 393: «(...) A inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. "A sua atividade, rigor e coerência variavam consoante a época.»
O fogo era elemento imprescindível. De fenômeno natural, o fogo transformava-se em elemento-símbolo da purificação, configurando a idéia de desobediência a Deus (pecado) e ilustrando a imagem do Inferno. Esta necessidade constante que a Inquisição tinha de destruir publicamente o herege fazendo-o "por fogo em pó", expressa ao mesmo tempo a sua insegurança. O herege, elemento crítico e contestador da "verdade" imposta, deveria ser eliminado. Mas, se o fogo destruia seu corpo nem sempre conseguia destruir suas idéias. Queimavam-se os livros em praça pública e seu autor que eram avaliados pelos inquisidores como símbolos do pecado.

HERESIA: Heresia (do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção") é a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros.
O termo heresia foi utilizado primeiramente pelos cristãos, para designar idéias contrárias à outras aceitas,[1] consideradas como "falsas doutrinas". Foi utilizado especialmente pela Igreja Católica e as Igrejas Protestantes, estas argumentam que heresia é uma doutrina contrária à Verdade que teria sido revelada por Jesus Cristo, ou seja, eles acreditam ser uma "deturpação, distorção ou má-interpretação" da Bíblia, dos profetas e de Jesus Cristo.

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Tire suas conclusões, deixo meu silêncio como forma de indignação.


Bruno Zen Moraes (19/10/09)






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